“No meio do caminho havia uma pedra, havia uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho tinha uma pedra!”... E agora José? A festa acabou, a luz apagou... E agora, José?”
Não importa, José se foi e com certeza foi morar com Deus, depois de ter seguido uma linda trajetória aqui na terra, dando-nos uma verdadeira lição de luta, dignidade e de como ser vitorioso, lutando contra a própria morte.
Mas falemos de vida. Como bom mineiro, de Muriaé, José não curtiu preguiça, mas lutou, com humildade. Não olhou para as dificuldades, rompendo barreiras e atravessando fronteiras. De origem simples, tornou-se, ainda bem jovem, comerciante, subindo os degraus de uma carreira de sucesso, que lhe fez um dos melhores empresários da nação, dono de uma das maiores tecelagens do país. Em 1994, ingressou na política, candidatando-se ao governo de Minas Gerais, porém, com mais de três milhões de votos, elegeu-se Senador em 1998. Antes, quando presidente da FIEMG – Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais esteve até aqui em Guaxupé, fundando o SESI. No entanto, foi em 2002 que entrou para o cenário nacional, em grande estilo, quando eleito vice-presidente da República na chapa de Lula. A partir daí sempre lutou para que houvesse a queda da taxa de juros e uma eficiente mudança na política econômica perpetrada pelo então ministro da fazenda, da época, o Sr. Antonio Palocci.
Certamente, o Sr. José Alencar foi um grande homem; exemplo de superação, já que ele lutou durante longos 13 anos contra um câncer devastador. Eis a sua pedra! Aos 79 anos, disse adeus ao mundo, empobrecendo ainda mais a política brasileira. Ouso dizer que faltam homens públicos com o caráter e com a ética de José Alencar. Ah! Se tivéssemos ao menos dezenas deles espalhados pelo cenário político do país, certamente não presenciaríamos tanta ineficiência, tanto marasmo, tanta falta de vontade política, tanta corrupção e tanto desrespeito ao povo tão sofrido, mas que ainda é motivado por bons exemplos como o de José.
Querido José, com a sua licença, quero lhe confessar algo: Não haverá mais os seus versos, os seus protestos, o seu discurso. Parece que tudo fugiu, que tudo mofou e agora? Parece que aqui não há grandes homens públicos como você, José. Na televisão, sua doce palavra nos transmitia esperança. Sua fé era comovente. Creio que até os ateus passaram a acreditar um pouquinho em Deus. Lembrei-me até dos versos de Drummond: “Mas você não morre, você é duro, José... Você marcha, José! José, para onde?” Eu sei. José certamente estará lá no céu, nos braços do Pai, enriquecendo o firmamento com a sua boa política de amor.
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